"Feuchtgebiete", ou lugares úmidos, é o nome do último livro que li. A autora, Charlotte Roche, é uma inglesa criada na Alemanha, mulher interessantíssima, que eu até então só conhecia como VJ. Esse é seu primeiro livro.
Radical, pra não dizer revolucionário. Helen, uma menina de 18 anos, é internada para se operar das hemorróidas. Feridas por causa de um deslize bem no meio do Sexytime. A história toda se passa no hospital, quase todo na cama, onde ela passa o dia entretendo-se com seus planinhos pueris para reaproximar papi e mami, vendo crescer suas sementes de avocado (mais bonito que abacate, sorry) plantadas no miolo da Bíblia, provocando sem dó o pobre enfermeiro Robin, destilando sua finíssima ironia para todos os lados e rememorando sua curta, mas abrangente vida sexual. Alguns tópicos:
Como é uma hemorróida em seus menores detalhes, e tudo para deixar a "roseta" ainda mais atraente;
Raspadinhas ou peludinhas (a dois, please);
Fluidos, secreções e excrementos antes, depois e na hora H (há de um tudo. mesmo.);
Quem merece e quem não merece fondue sabor "chocolate natural";
Gozo seco, a jato, por dentro, ao redor, chicletinho de esperma (genial);
Melecas, remelas e comidas recolhidas do chão diretamente para a boca (honesto);
Por que tampões feitos de papel higiênico são melhores que OB ;
Sangue, sangue, sangue, oh, baby!;
Sangue seco engana (e a boba aqui sempre morreu de vergonha);
"Quero trocar meus mamilos marrom-avermelhados durinhos pelos mamilos rosados e suaves de minha melhor amiga";
Black pussy and the "others";
"Por que freqüento prostitutas";
Como maquiar sua punaany em três tempos (pendente de testes);
Incesto.
O livro foi alvo de muita polêmica na Alemanha. Não é pra menos. Vira do avesso conceitos e preconceitos sobre higiene com que todas nós, meninas, fomos criadas, e nos liberta de muitas culpas infundadas. Se o relato é ou não autobiográfico, isso parece secundário, perto da avalanche de pensamentos que surgiram em minha mente, já antes bem sujinha, ao longo de suas 220 páginas. Não sei se vai ser lançado no Brasil, mas tomara. Nunca achei que uma menina imaginária de 18 anos fosse capaz de virar minha cabeça desse jeito. Depois dela, minha vida fêmea não será a mesma.
Pablo González-Trejo, a Cuban-French-American artist, has been navigating
the complex terrains of identity, nature, and the infinite since
establishing h...
Nenhum comentário:
Postar um comentário