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segunda-feira, 5 de maio de 2008

Who's primavera?

Depois de um largo inverno – mais de seis meses, contando com o outono, que é uma balela; faz frio e pronto – voltei a me sentir uma pessoa normal. Como bom animal tropical que sou, estou aos poucos deixando casacos e polainas (me viciei nelas) no armário e me adiantando talvez un pelín nos shorts, costas nuas e havaianas.

Sou radicalmente simplista em relação às estações do ano. Típico de quem foi criado em terra onde chuva é considerada frio e sol é todo dia, com a bênção de Deus. Só sei que o inverno passou e agora meu verão vai começar. And who the fuck is primavera?

A praia barcelonesa ressurgiu com força nesse último feriado, mas eu já tinha ido duas semanas antes. Eu e os turistas de países cujas línguas desconheço, mas que também são loucos por sol e vão anyway. Ia pra ficar feliz, me alegrar sozinha com areia, o mar e as pessoas em trajes mínimos. Faz falta na minha vida ver gente pelada.

Empolgada que sou, já entro no mar agora, quando a água ainda está gelada e a maioria ainda prefere fazer xixi nos banheiros de verdade. Não que eu só vá ao mar pra fazer xixi, mas eu adoro fazer na água, depois de tomar uma latinha de cerveja. Parece travessura de criança grande.

Pra quem é acostumado a praia brasuca ir à de Barcelona parece meio tramposo. Pero es lo que hay, e melhor isso que não ter nenhuma praia. Ideal mesmo é ir de bicicleta. É meio longe pra ir caminhando do centro, e o metrô também não chega muito perto. Tem o bicing, essas bicicletas públicas que você pega e deixa pelo caminho, mas o difícil é encontrar vaga, às duas da tarde, quando todo mundo já baixou naquelas areias poeirentas, mas grossas, o que é bom, porque assim gruda menos. O jeito é se jogar de metro e voltar pedalando, ou ir de bike direto, pela orla superturística, mas linda, cheia de gringos embasbacados com o fato de estarem na praia, em plena metrópole.

É incrível a brasilianização da praia de Barna. Ou pelo menos do trecho de água mais limpa, em Bogatell. Parece o Posto Nove. Só se escuta português, por todos os lados. Muita gente na orla, jogando frescobol. Poucos toplesses. Calções de banho decentes. E claro, brasileiro que não nega a raça fica de pé, conversando fiado em rodinhas com os amigos. Sociabilidade praiana for export.

Um comentário:

Pat disse...

Por aqui, o sol de sempre, o friozinho que vc mandou daí chegando e eu me contentando em re-assistir ao Albergue Espanhol para imaginar o dia que visitarei La Paloma.
Bjunda.