Trabalhei na Formula 1 aqui em Barcelona, no fim de semana passado. Foi preciso passar por um casting em pleno domingo e agüentar, por um tempo beeem longo, todo o falatório da dona da empresa que nos contratou.
Um personagem, a tal dona. Italiana crescida na Alemanha, fluente em cinco línguas (das que pude contar) e uma megera com os próprios auxiliares. Irritadíssima, grosseira e superficial nas infos mais importantes pra nós, deslumbradinhas com a possibilidade de trampar no Circuit de Catalunya.
Não, ninguém conheceu pilotos nem mecânicos encantados. Vimos, sim, um monte de gente estranha (frikis, como dizem por aqui), consumindo sem nenhum critério e com muita avidez. Poucas mulheres, poucas bonitas (não vi nenhuma “linda”). Muitos homens, e muitos com os filhos, esses sim, umas gracinhas. Nenhum bofe-escândalo. Como se a quantidade de euros nos bolsos servisse para compensar várias outras qualidades. Muitos peões, ao menos em comportamento. Chegam sem camisa, barrigões de fora, meio bêbados, meio deploráveis. Nos dias antes da corrida, vão em bandos, levando isopores, para encher a cara e depois dormir roncando nos bosques do lugar. O que tivemos que posar para fotos, como macaquinhas de circo... e isso sem tirar o sorriso do belo rostinho.
No fim, a grana é desproporcional ao esforço feito. É muito mais pelo glamour, pela experiência de ver por dentro como é uma Formula 1. Tudo muito rico, muito ostensivo, mas vazio. Never again.
Preços:
Uma camiseta Fernando Alonso (adulto): € 38
Um casaco : € 115
Um boné: € 30
Uma caneta: € 4
Uma caneca: € 12
Um expresso pequeno: € 4
Uma cerveja: € 12
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